Fortalecendo

6 de julho de 2010

Despedida




Nino

Juro que não queria estar escrevendo isso pra você hoje. Não nessa manhã tão ensolarada. Manhãs assim combinam mais com passeios no parque, mãos dadas, cestas de piquenique, sentindo o ar fresco e o perfume das flores.
Ainda lembro como se fosse hoje, o dia em que vi você pela primeira vez, a música que estava tocando e a roupa que vestia. Foi à primeira vista. Nunca havia sentido aquilo por alguém até então.
Aproximamos-nos, nos conhecemos, estivemos juntos algumas vezes (sim, para mim foram inesquecíveis, apesar de tudo), mas você nunca quis saber do que eu realmente sentia por você. E é pena. É pena porque você desperdiçou aquilo que de mais puro eu senti até hoje.
Durante muito tempo amei sozinha, chorei sozinha. Você aparecia de vez em quando, me enchia o coração de expectativas e falsas esperanças e ia embora à manhã seguinte. Ia embora deixando de viver comigo esses pequenos prazeres da vida. Você pensava que eu viveria isso para sempre.
Enganou-se. Durante aqueles longos cinco anos em que alimentou esse amor platônico, ao mesmo tempo em que me fazia sofrer, ser feliz, sorrir e chorar, você foi se apegando aos poucos, na medida em que eu fui ficando resistente, fui criando um campo magnético onde você, cada vez que me magoava, ia sendo distanciado por meu coração que de tanto ser ferido, foi criando anticorpos para combater o que eu sentia por você.
Sarei, enfim. Sarei no justo momento em que você adoecia. Parece irônico, não? Agora quem passa pelo que eu passei é você, mas não pense que me alegro com isso. Não, de maneira nenhuma. O que passei amando sozinha, não desejo para ninguém, menos ainda para você, por quem tenho tanto carinho. Carinho. É o que restou daquilo que eu sentia e você não quis aceitar. É só o que eu tenho a lhe oferecer agora (digo isso usando as mesmas palavras que ouvi de você um dia). Cansei. Cansei de me magoar.
Vamos ser amigos e quem sabe um dia a gente se acerte. Os dois juntos, numa mesma sintonia. Num mesmo momento.  Estas duras palavras que você me disse um dia, me obrigo a usar agora.
Guardei os bons momentos e os maus ficaram neutros num cantinho do coração. Ficaram numa espécie de arquivo morto da memória afetiva.  Espero que você consiga superar isso mais rapidamente que eu. Seja feliz quando puder. Aprenda a aproveitar os bons momentos quando estiver vivendo algum, para quando eles passarem, ter algo que te sirva de alento.
Com o carinho de sempre,

Amelie


Pauta para o projeto Bloínquês

2 comentários:

Thayná Adami disse...

friend .
Gosto muito do seu blog e gostaria de divulga-lo .
você permitiria ?

http://thaynaadami-very.blogspot.com/p/divulgando.html
.

Aqui esta meu e-mail / orkut
pra você me responder tá ?

beijinhos , desde já , agradeço

Paula disse...

Oi, Thainá, que bom que gosta do meu blog. Fico feliz em saber. Pode divulgar sim e volte sempre, viu?
Beijinhos